Falar sobre dinheiro dentro de casa ainda é um tabu em muitas famílias brasileiras. Embora o tema faça parte da rotina, do supermercado à escolha de uma escola, raramente ele é tratado com a devida transparência, principalmente quando envolve os filhos. Mas será que envolver eles nas decisões financeiras pode trazer benefícios?
A resposta é sim, desde que essa participação seja feita de forma adequada à idade e maturidade de cada criança. Incluir os filhos no diálogo financeiro familiar não significa sobrecarregá-los com preocupações, mas sim educá-los para desenvolverem desde cedo uma relação saudável com o dinheiro.
A educação financeira começa em casa
A escola pode até oferecer conteúdos sobre finanças, mas é dentro de casa que os valores realmente se consolidam. Quando os pais compartilham, por exemplo, a importância de economizar para objetivos maiores como uma viagem em família ou o futuro educacional, eles transmitem uma mensagem poderosa sobre planejamento e responsabilidade.
Além disso, permitir que as crianças acompanhem algumas decisões do dia a dia ajuda a formar uma mentalidade mais consciente. Explicar por que uma compra foi adiada ou como a família organiza o orçamento do mês pode fazer toda a diferença na formação de hábitos financeiros positivos.
Como adaptar o diálogo para cada faixa etária
Não é necessário abrir planilhas ou falar sobre contas bancárias com crianças pequenas, mas é possível incluir o tema em situações cotidianas. Um bom começo pode ser envolver os filhos nas escolhas do supermercado, explicando a diferença entre o que é necessidade e o que é desejo.
Para adolescentes, o diálogo pode evoluir. Falar sobre mesada, metas de curto e longo prazo, e até introduzir o conceito de previdência privada pode ser uma forma de prepará-los para a vida adulta. Neste ponto, é importante destacar o valor de pensar no futuro, ainda que pareça distante. Mostrar que existem formas de construir uma base sólida desde cedo reforça o papel da previdência complementar como uma aliada na segurança financeira.
Mais do que números, valores
Incluir os filhos nas decisões financeiras é também uma maneira de transmitir valores familiares. Responsabilidade, equilíbrio e visão de longo prazo são princípios que vão além do dinheiro e impactam diretamente na maneira como cada pessoa lida com desafios ao longo da vida.
Ao dar esse exemplo, os pais mostram que falar sobre finanças não é algo restrito aos adultos. É um aprendizado contínuo, acessível e que deve fazer parte da formação pessoal desde os primeiros anos.