O crédito rotativo do cartão é uma das formas mais caras de endividamento disponíveis no mercado. Ele entra em cena quando o cliente paga apenas o valor mínimo da fatura e empurra o restante da dívida para o mês seguinte, com juros que podem ultrapassar os 400% ao ano. O problema é que, ao contrário do que parece, essa opção não alivia o orçamento. Ela apenas adia o acúmulo, transformando um desequilíbrio pontual em uma bola de neve difícil de conter.
Para sair do rotativo, o primeiro passo é encarar o valor total da dívida. É comum que o consumidor se concentre apenas na parcela mínima, mas o ideal é buscar uma negociação que permita pagar o saldo completo com taxas menores. A maioria das instituições financeiras oferece a possibilidade de parcelar a fatura em condições melhores do que as do crédito rotativo. Embora ainda exista cobrança de juros, esse parcelamento é menos agressivo e facilita o controle.
Outra estratégia é reorganizar o orçamento para interromper o uso do cartão até que a dívida esteja quitada. Diminuir temporariamente os gastos variáveis e priorizar o pagamento do parcelamento evita que novas despesas sejam adicionadas a um problema que já está em andamento.
Se possível, vale considerar o uso de uma reserva de emergência ou de um aporte da previdência privada resgatável (desde que bem avaliado), como forma de eliminar de vez a dívida e recomeçar com equilíbrio.
O mais importante é entender que o crédito rotativo não é uma solução de curto prazo, mas um risco real ao planejamento financeiro. Sair dessa armadilha exige foco, ação e disposição para reorganizar as prioridades.